Primeiros Niso e Euryalo, este em verde
Juventude e belleza, aquelle insigne
Do moço em pio amor; depois, Diores,
Priameo garfo egregio; e logo Salio
315Com Patron, um Tegeu de arcadio sangue,
De Acarnania o segundo; e os de Trinacria
Jovens monteiros, Hélymo e Panopes,
Que assiduos ao bom velho a selva batem;
E muitos que sepulta escura fama.
320Delles o heroe cercado: «Ouvi-me attentos,
Folgai, mancebos; que nenhum sem premio
De mim se irá: de assacalado ferro
A cada um darei dous gnosios piques,
E de entalhos de prata uma bipenne.
325Terão de flava oliva ornada a fronte
Os vencedores tres: guardo ao primeiro
Magnífico ginete ajaezado;
Ao outro, cheia de threícias frechas
Uma aljava amazonia, á qual circula
330Boldrié largo de ouro, e ata fivela
De arredondada gemma; o derradeiro
Com este argólico elmo vá contente.»
Todos postados, ao sinal que escutam,
Sôlto chuveiro, á despedida rompem,
335Do ponto pelo corro se desparzem,
Olhos fitos na meta. Os contendores
Traspõe Niso, e ligeiro deslumbrando
Excede os ventos e do raio as azas.
Segue-o, mas com larguissimo intervallo,
340Salio. Não longe, Euryalo he terceiro.
Helymo he quarto. Proximo Diores
Arranca, e ao hombro a vezes se lhe encosta,
Roça-o de ilharga, artelho com artelho:
E houvesse espaço, avante escapolira,
345Ou balançara ao menos a victória.