Um por moço he ligeiro; outro he forçoso,
Grande e membrudo, mas dos joelhos frouxo,
Tardo e tremente, a vastidão lhe agita
Egro anhelar. Muita ferida baldam,
455Muita no lado côncavo amiudam;
Os peitos aos varões harto rouquejam;
O punho erra por fontes, por ouvidos;
Ao crebro aspero embate os queixos ringem.
Afincado n’um posto, o grave Entello
460Aos tiros vigilante o corpo furta.
Dares, como quem bate uma alta praça,
Ou roqueiro castello opugna e cérca,
Por esta aberta e aquella, o assalta e urge;
Frustra os tentames, os ardis mallogra.
465Minaz Entello se alça, e a dextra brande;
O outro prevendo o sobranceiro bote,
N’um salto o esquiva: Entello pelas auras
Derrama as fôrças, por si mesmo em terra
Com o vasto pêso mais pesadamente
470Rue, como em cimos do Ida ou no Erymantho
Desraigado baquêa ouco pinheiro.
Phrygios, Trinacrios, emulos consurgem;
Monta o clamor ao céo; primeiro acode
E ergue Acestes com pena o equevo amigo.
475Sem perturbal-o a quéda, o heroe mais agro
Vólta impavido á lucta, e a ira o esforça;
Pejo, conscio valor o abraza, e ardendo
Rapido pelo campo acossa a Dares:
Ora a dextra, ora a esquerda os golpes dobra.
480Nem respiro, nem pausa: qual nos tectos
Saltão granizo crepitando chove,
Tal com uma e outra mão basta pancada
Desfecha, e traz n’um vortice o contrário.
Que o furor se encrueça, e Entello em sanha
485Mais se exaspere, o padre o não consente: