seria mais facil uma versão poetica do que em prosa.» Traducções livres sam commodas; porque, se o autor sabe traduzir a passagem, fal-o, e se não sabe, lança-se em uma vaga imitação: assim, nem tem o merito da invenção, nem o de vencer as difficuldades em se transformando no original.

485-544. — 507-563. — Aqui trata-se do jôgo do arco e setta, em que Virgilio excede ao mestre grego. Vejam-se os autores tantas vezes citados, sôbre todos Mr. Villenave, a respeito de todo este certame.

600-602. — 620-623. — O poeta, não perdendo de vista o assumpto principal, neste jôgo equestre pinta o que ainda em Roma se usava, e que se cria derivado dos Troianos; e faz algumas familias descenderem dos contendores. La Rue dá sôbre a materia excellentes explicações.

667-672. — 670-697. — O poeta começa a preparar Ascanio para desempenhar o papel que representará nos ultimos livros: até aqui era um menino que amava as distracções da sua idade; mas agora, sem se querer sujeitar a mestres, a si toma o cuidado de ir apaziguar as mulheres que incendiaram as naus, e o seu discurso tem já uma certa madureza.

722. — 745. — Mr. Villenave, com a mania de ajuizar dos antigos pelas idéas modernas, escreveu: «Os commentadores, que tudo querem explicar, dizem que trata-se aqui da imagem, da apparencia de Anchises, isto he da sombra da sombra; mas que he uma sombra senão uma imagem, uma apparencia?» A observação he razoavel segundo as idéas actuaes, mas não segundo as idéas daquelles tempos. Sam bem conhecidos estes versos attribuidos a Ovidio: Bis duo sunt homini: manes, caro, spiritus, umbra: Quatuor ista, loci bis duo suscipiunt. Terra tegit carnem, tumulum circumvolat umbra, Orcus habet manes, spiritus astra petit. Esta distincção nos parece mal, como parecerão mal aos vindouros não poucas das nossas.