No patrio chão depôr-te em me ausentando.»
«Nada omittiste, o Priamides clama;
Tudo a Deiphobo e aos manes seus pagaste.
Nestes males, amigo, me abysmaram
525Da Lacena o flagicio e o meu destino:
Esta a memoria que de si deixou-me.
Soubeste (e ha quem se esqueça) em gostos falsos
Passada aquella noite. O fatal bruto
Quando, prenhe de armada infantaria,
530Arduos muros saltou; fingindo coros,
Ella as Phrygias guiava em tôrno ás órgias;
E, entre as evantes manejando um facho,
Do alto castello os Danaos convidava.
No thalamo infeliz me deito, oppresso
535De pesadume e lida; e caio em manso
Lethargo, semelhante ao somno eterno.
Põe-me a guapa consorte as armas fóra,
E até da cabeceira a fida espada;
A Menelao acena e as portas abre;
540Julgando assim mimosear o amante,
E o labéo extinguir da antiga offensa.
Que mais? o quarto assaltam; a exhortal-os
O Eolides malvado os acompanha.
Deuses! igual supplício os Gregos lastem,
545Se com justiça impreco esta vingança.
Mas vivo, eia tambem, que urgente caso
Te trouxe cá? dos mares foi capricho?
Mando celeste? por que azar á estancia
Vens turbida e funesta, ao Sol negada?»
550Phebo em rosea quadriga o meio do eixo
Pelo ether já transpunha, e em taes colloquios
Ia-se o tempo dado; a companheira
Em resumo os adverte: «Avança, Enéas,
A noite, e em chôro as horas consumimos.
555Parte-se a estrada aqui: de Dite aos paços