Deves sobreviver-me; es tam menino!
Haja, para enterrar-me, quem da pugna
Me subtraia ou resgate; e, se a desdita
M’o tolhe, quem suffrague o ausente corpo
210E me adorne um sepulcro. Nem dôr tanta
Eu cause a tua mãe, que só das muitas
Seguir-te ousou, de Acesta não curando.»
E elle: «Futeis razões por demais teces;
Não mudo parecer: eia, partamos.»
215Desperta os guardas, que no posto os rendem,
E com seu Niso ao principe caminha.
O Somno pelo globo derramava
O esquecimento e allívio dos trabalhos:
Sós em conselho os generaes dardanios,
220Arrimados ao pique e á sestra o escudo,
Em pleno campo a discutir, pesquizam
Quem a Enéas ou como expediriam.
Niso e Euryalo á pressa, alvoroçados,
Audiencia pedem; que o negocio he grave,
225Nem soffre dilação. Iulo acolhe-os,
E com licença o Hyrtácides começa:
«Attendei-nos, Enéadas benignos;
Por nossa idade não julgueis do intento.
Modorra e vinho os Rutulos sepulta;
230Sítio asado observámos, onde a estrada
Junto á porta do mar se abre em dous ramos;
Raros os fogos, negro fumo deitam:
Se permittis que o lance aproveitemos,
Enéas cedo cá tereis de vólta,
235Feita grande matança e rica presa.
Não ha temor de errar: de escuros valles
Em contínuas caçadas Pallantéa
Descobrimos, e o rio conhecemos.»
Aqui logo o maduro e annoso Alethes:
240«Patrios deuses, de Troia arrimo eterno,