Jupiter sim e os inimigos deuses.»
Nem mais, e encara antiga pedra enorme,
Agrario marco, estôrvo de litigios;
Pedra, carga bastante aos mais robustos
875Doze homens dos que a nossa idade cria:
Com tremor agarrando-a, heroe se empina
E na corrida a impelle; mas ignora
Se anda ou corre, se péga o ingente marco,
Se o move e arroja: faltam-lhe os joelhos,
880Coalha o sangue. No vácuo roda a pedra,
E, sem que o termo alcance, o impulso esfria.
Como em sonhos, se languida modorra
Nos preme os olhos, ávida carreira
Tentando em vão, no meio esmorecidos
885Succumbimos; a lingua e a voz nos falha,
Falham no corpo as fôrças: tal, por onde
Seu valor Turno ensaia, o impede a Furia.
Cem cuidos versa: os Rutulos contempla,
Olha a cidade; enfia, e da imminente
890Lança estremece, de evadir-se o meio
Nem contra seu rival já vê recurso,
Nem mais a auriga irmã, nem mais seu carro.
Em quanto hesita, o lanço Enéas mede,
A hasta vibra fatal, forceja e sólta:
895Nunca assim fremem do mural trabuco
Jogadas rochas, nem trovão rebrama:
Qual furacão letífera voando,
Da cota as orlas e os extremos orbes
Do septêmplice escudo a estrugir fura,
900E a coxa lhe traspassa. Ao bote o moço,
Inflexa a curva, tomba; os seus altêam
Mesto clamor; remuge inteiro o monte,
E na selva o lamento amplo reboa.
Turno olha humilde, súpplice ergue a dextra:
905«Bem mereço, he teu jus, perdão não peço;