dão-se pedaços de historia, mas não se estuda historia universal.
Quanto a mim, o estudo da historia universal só deve começar no quarto anno, da seguinte maneira:
4.º Anno: historia antiga, comprehendendo a romana.
5.º Anno : historia da media idade em um só anno.
E o mais como no actual programma.
A execução d’esta reforma não traria difficuldade alguma. A unica alteração, que se faria na ordem dos estudos, seria que em 1864 os actuaes alumnos do terceiro anno (que passarem para o quarto) terião de repetir a historia antiga e romana, no que aliás nada perderião. A reforma entraria desde logo em plena execução.
Seria tambem conveniente, que os dous professores de historia universal alternassem entre si os respectivos annos, de sorte que o professor, que leccionasse no quarto e quinto anno, fosse tambem leccionar com o mesmo methodo os seus alumnos no sexto. O trabalho assim acrescido ao professor com a ampliação da materia reverteria em proveito do alumno.
Pela minha parte estou tão convencido da urgente necessidade d’esta reforma, que a aceito, ainda quando se entenda, que a deminuição de uma hora de trabalho deva por equidade trazer uma reducção proporcional no respectivo ordenado.
Quanto ao terceiro anno, devo informar, que os alumnos teem-se dado muito melhor com as postillas, do que os do anno passado com o livro então seguido. A prevalecerem as idéas, que submetto ao illustrado criterio de V. S. e á elevada consideração do governo Imperial, supprimido o curso especial de historia romana, pôde servir para o quarto anno o mesmo compendio, escripto pelo Dr. Justiniano José da Rocha. São estas as observações, que me tem suggerido a experiencia do ensino em dous annos, e que tenho a honra de levar ao conhecimento de V. S., a quem Deus guarde.
Rio de Janeiro, 13 de Agosto de 1863. — Illm. Sr. Dr. Reitor do Imperial Collegio de Pedro II. — (Assignado): Francisco Ignacio Marcondes Homem de Mello.