Nunca pensei eu que me coubesse algum dia tarefa tão difficil e tão ditosa ao mesmo tempo, qual a de prefaciar um livro como o da excelsa poetisa paulista cujo nome hoje é conhecido de todos os que se dedicam ao culto da litteratura neste paiz.

Uma injusta apreciação, concluida, e mal concluida, da minha attitude critica contra uma escriptora de talento, havia-me perfidamente creado a pequenina fama (de resto, indigna de mim) de homem selvagem que só via nas mulheres as aptidões inferiores das cozinheiras. E como o homem é de fogo para a mentira, no dizer do fabulista, fui logo definitivamente julgado e condemnado.

Ha em tudo isto uma grave injustiça.

Vivendo nessa patria que se orgulha dos nomes gloriosos de Narcisa Amalia, Adelina Vieira, Julia Lopes d’Almeida, Zalina Rolim, e Julia Cortines, eu sentia com ella esse mesmo nobre or-