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O sol de cima espiando a flora moça
Arda, fustigue, queime, corte, morda!
Deleito a vista na verdura gorda
Que nas hastes delgadas se balouça!

Avisto o vulto das sombrias granjas
Perdidas no alto... Nos terrenos baixos,
Das laranjeiras eu admiro os cachos
E a ampla circumferencia das laranjas.

Ladra furiosa a tribu dos podengos.
Olhando para as pútridas charnécas
Grita o exercito avulso das marrécas
Na humida cópa dos bambús verdoengos.

Um passaro alvo artifice da teia
De um ninho, salta, no árdego trabalho,
De arvore em arvore e de galho em galho,
Com a rapidez duma semi-colcheia.

Em grandes semi-circulos aduncos,
Entrançados, pelo ar, largando pellos,
Vôam á similhança de cabellos
Os chicotes finissimos dos juncos.

Os ventos vagabundos batem, bolem
Nas arvores. O ar cheira. A terra cheira
E a alma dos vegetaes rebenta inteira
De todos os corpusculos do pollen.

A camara nupcial de cada ovario
Se abre. No chão collêa a lagartixa.
Por toda a parte a seiva bruta esguicha
Num extravasamento involuntario,