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SOMNAMBULISMOS

Foi pelas horas concentrativas de uma noite tropical de verão, n′uma dessas noites em que o espirito se debate e anceia na infinita vertigem das profundas e sombrias cogitações, alanceado por amarguras incomparáveis, n′uma noite em que desfallecimentos supremos me assediavam, que a minlia visão ficou somnambulamente deslumbrada por este espantoso e imaginoso espectáculo da Lua.

Todo o azulado espaço estrellára já, fina e aristocraticamente.

Na fioi′eada constellação da Via-Lactea, na vasta, solemne e celeste, alta Nave dos Astros, alvas scintillações pompeavam, rútilos fagulhamentos, faustosas cliammas claras sideralmente accêsas, palpitação de harmonias, de formas, de brancuras immaculadas.

Como que diamantinas côrdas tensibilisadas de harpas miraculosas afinavam sonoramente de rhytlimos ineífaveis a solidão sagrada, eucharistica, da noite; e como que também vinham