prosa, não perceberem que determinado artista
se manifesta igualmente no verso e na prosa, especialmente
quando nessa prosa elle consegue
traduzir, communicar com clareza, com profundidade,
a sua esthesia, a sua idyosincrasia, os seus
êxtases, as suas anciedades intimas. Pouco importa
que essa prosa não guarde regularidades de
preceitos, de dogmas, de convenções, que embora
partindo ás vezes de cérebros até certo ponto
livres, são ainda, de certo modo, por certas causas,
convenções puras. O que importa é que o artista
consiga dizer imperturbavelmente, com a sinceridade
dos seus nervos e da sua visão, o que de
mais delicado e elevado experimenta.
Desde que elle tenha conseguido com lealdade estbetica essa profunda manifestação do seu temperamento, tem f unccionado na prosa como n′um legitimo e perfeito órgão da sua Arte, com toda a virginal originalidade das formas inquietas, dos estylos que não são apenas litterariamente feitos, que não são apenas litterariamente burilados, intellectualmente brunidos, mas das formas sentidas, vividas, mas dos estylos arrancados, sangrados, vibrados eloquentemente da Alma.
Se essa determinada prosa dá suggestões, dispérta curiosidades, faz accôrdar a imaginação e consegue trazer no estylo modalidades