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EUe a tinlia visto, espiritualisada por nimbos de angelitude — flor de graça e de gloria, mixto de madresilvas e luar, madona de seu viver mumificado, santa de lyrial candidez entre todos as santas dos altares que elle estava vendo, mais bella do que todas, bemdita e branca, inundada do scintillante póllen fecundativo da puberdade, vestida para o seu amor das alvas resplandescencias sidéreas, pomba pulchra que não se dignava abrir e pousar as finas azas niveas e virginaes sobre a necropole vasia do seu coração de Idiota. Sim! elle agora era como um firmamento pomposo de astros: a belleza d′ella, que sorrira, passara e desapparecêra na multidão, o tinha estrellado celestemente. Vergava, pois, ao peso de tanta e luminosa ventura, da ventura única de vel-a, de olhal-a sem peccado e sem crime nesse olliar, de sentil-a de longe sem que o seu sentir a lesmasse, a manchasse com a lepra da sua miséria. Não! Ella fora embora mas tão immaculada ou mais ainda do que nunca por aquelle olhar-bençam, por aquelle olhar-perdão, por aquelle olhar-amor que elle lhe havia vibrado occultamente, de longe. Nenhuma das partículas da sua desgraça sem limites a maculara, elle bem o sabia.

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