O asno pedante e o burro
humilde


Um asno pachola e pedantissimo atormentava a paciencia dum humilde burro de corroça, desses que reconhecem o seu lugar na terra. Zurrava o asno, declamava, provava que era elle um talento de primeira grandeza, e sabio como nunca appareceu igual no mundo.

O outro, quieto, ouvia, de orelhas murchas, pastando.

— Que bruto és, amigo! Falo e não me respondes! Zurro sciencia pura e tu pastas! Vamos! Dize alguma coisa! Contraria-me, contesta-me as opiniões, que estou a arder por uma polemica. Do contra-