89
lera outros livros. O Jornal do Commercio era a leitura mais impia que fazia.
Frederico pediu-lhe que continuasse a escrever. Debruçado no peitoril da janella elle olhava a fonte onde algumas mulatas batiam e ensaboavam roupa. De saias levantadas até acima dos joelhos ellas mostravam ao sol o torneado macio das exuberancias carnaes.
Uma dellas passando perto da Josepha deu-lhe uma palmada. A ofendida disse encolerisada.
— Viu passarinho verde, hoje ?
E partiram todas n'uma gargalhada biltre, esfrangalhada. Frederico meio occulto no vão da janella apreciava aquellas graçolas canalhas, de um descaramento nú e imprudente ; e lembrava-se dos tempos em que passeava seus desejos pelas fontes,esses bordeis ambulantes, onde á larga luz do sol se commettem immoralidades apopleticas.
Emquanlo D. Luzia sahiu para entregar as cartas ao rapaz que esperava na varanda,Frederico chegou á mesa e leu a carta que ficara aberta. Era endereçada a uma antiga collega,que vivia criando os afilhados de um cura
A carta dizia:
« Minha amiga Marianna.
« Muito contente te escrevo esta. Junto de mim está tudo. . .