II
INTRODUCÇÃO

Não tememos tão pouco os insultos. A nosso favor temos uma força muito alta e nobre: a da consciencia ao serviço da justiça.

Apenas uma accusação devemos levantar: Dizem os sustentados da dictadura que atacamos e diffamamos o Brazil.

Procuram os amigos do despotismo uma sombra por demais augusta para abrigal-os. Dizer os erros e profligar os crimes dos dominadores do Brazil não é insultar aquelle grande e nobre paiz. E’ preciso ser grande a insensatez do dictador, dos seus parentes, dos seus ministros, de seus empregados e dependentes de toda a casta e especie, para ter qualquer desses homens a coragem de dizer: Quem me ataca, ataca a patria!

E dizem isto como se elles fossem o Brazil!

Felizmente, para honra da humanidade, o Brazil, graças a sessenta e cinco annos de paz, de ordem e sobre tudo de liberdade, abriu para si um grande credito na opinião universal. Sejam quaes forem os desvarios dos ursupadores transitorios, o Brazil obedecerá ao destino superior que fez as nações curaveis de todas as calamidades, de todos os males e tambem das humilhações amargas do despotismo.

Dizer a verdade ao oppressor é defender o opprimido e accelerar a era da sua libertação.

Os verdadeiros patriotas, os homens justos de todos os tempos têm sabido cumprir este dever.

Os patriotas que se chamavam, Mitre, Sarmiento, Alberdi e tantos outros, que do Rio de Janeiro, de Montevidéo, de Santiago e da Europa, desvendavam ao mundo o despotismo militar de Rosas, que escreviam contra o dominador da sua patria esses homens — perguntamos nós — seriam inimigos do seu paiz?

Chamavam-nos, de certo, assim os jornaes de Rosas. A historia, porem, coroará os nomes daquelles amigos da liberdade.

E os proscriptos do 2 de Dezembro, que de todos os cantos da Europa, denunciavam á exacração do mundo o homem que supprimira a liberdade franceza, esses