Do paraiso a luz alterna santa,
Com densa noite que de escura atterra ;
Rebenta o mar em vagas espumantes
Ao pé das rochas com bramir profundo,
E rochedos e mar são arrastados
Na carreira veloz que arrasta o mundo.
E tempestades voam furiosas
Do mar ás terras e da terra aos mares,
Uma corrente formam poderosas
Que té o fundo penetra o solo e os ares;
Pelo trilho do raio chammejante,
A lavareda brilha assoladora,
Mas teus servos, Senhor, fieis adoram
De tua luz a marcha creadora.
Aos anjos fortalece o vasto aspecto,
Embora conceber-vos ninguem possa,
Como é grande, Senhor, inexcrutavel.
Qual no dia primeiro a obra vossa.
Pois que, Senhor, de novo te approximas
E como vão no mundo me perguntas
As cousas, tu que sempre com agrado
Me recebeste; aqui me tens agora