E antes de muito tempo tenho esp'rança,
Que co'os corpos em fim ao nada torne.
Conheço agora teu mister honroso !
Nada consegues destruir em grande
E com pequenas cousas só te attreves.
E devéras, com isso pouco faço.
O que se oppõe ao Nada—o Ser—o mundo
Macisso, por mais vezes que o attaque,
Não me é possivel o chegar-lhe ao cabo
Com ondas, temporaes nem terremotos;
A final terra e mar ficam tranquillos!
E essa grei maldicta, a eterna raça
D'animaes e de homens, não ha modo
De vir à entrar com ella. Que milhares
Não tenho eu enterrado! Pois circula
Novo sangue vivaz sempre incansavel.
Marcha, triumpha a vida, eu enlouqueço:
Das aguas e do ar como da terra,
Saem milhões de germens que prosperam
No humido ou no secco, frio ou calido,
E se pra mim a chamma não guardasse,
Nada tivera que me fosse proprio.