para se comprazer e não encontrou satisfação, tomou al. cool, opio, haschich e não encontrou a felicidade, escreveu versos maravilhosos de ineditismo, de sensação, e viu-se como era d’antes, aborrecido, tristonho, misanthropo. Não teve mesmo consolação no amor. Essa intangivel de quem elle diz:

«Quero-te como quero à abobada nocturna
O vaso de tristeza, ó grande taciturna.

·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·

Mulher a quem estou ligado
Como uma grilheta á cadeia
· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
Como um beberrão ao vinho
Como o verme á podridão.»

é a Jeanne Duval de quem falámos. Quanto à sua arte que o diga o seu volume de cartas o que ella lhe deu. A sua correspondencia faz mal ler. É sempre sem fim a agonia da falta de recursos, a grilheta da vida e das suas contigen. cias materiaes. Como é honesto, tem a preocupação das dividas. Vae á Belgica e tem uma decepção. A sua vida complica-se. Joanna é um pesadelo, mas elle queria-lhe tanto que as suas contas começavam sempre: Joanna 300 francos, minha mãe 200, eu 300, total 800 francos por mez e os seus sonhos iniciavam-se: Riqueza de Joanna. Depois a má sorte encarniçava-se. Procura nos seus Paraisos artificiaes o alcool e as drogas embriagantes, a sensação nova a sensação profunda. Como com os remedios, nas sensa. ções é preciso aumentar a dose. Isto exhauria-o. Uma sensação alcançada era uma sensação vivida; a outra pois. E a outra, a outra, a outra ainda. Irritado, inquieto, fez-se mystico, de atheu que fora. Um dia, na egreja de Saint Loup de Namour, dá-lhe uma tontura e cahe. É o principio do fim. A inteligencia obumbra-se-lhe. Champfleury e os amigos arranjam-lhe no Ministerio quinhentos francos mensaes