Quando a chuva, caíndo a cântaros, parece
D’uma prisão enorme os sinistros varões,
E em nossa mente em frebre a aranha fia e tece,
Com paciente labor, fantásticas visões,

— Ouve-se o bimbalhar dos sinos retumbantes,
Lançando para os ceus um brado furibundo,
Como os doridos ais de espíritos errantes
Que a chorrar e a carpir se arrastam pelo mundo;

Soturnos funeraes deslisam tristemente
Em minh’alma sombria. A sucumbida Esp’rança,
Lamenta-se, chorando; e a Angustia, cruelmente,
Seu negro pavilhão sobre os meus ombros lança!