O homem, belo e forte, era o modelo vivo
Do rei da creação, generoso e altivo;
Frutos esculturaes, sem mancha, a apetecer
A carne rija e san beijar-lhes... e morder!



O Poeta, se hoje em dia intenta recordar
As grandezas de então, quando vê perpassar
A nudez da mulher e a miséria do homem,
Sente que o frio e a dôr a alma lhe consomem
Ante o quadro brutal que lhe magôa a vista.
Que monstros, que aleijões! Que trágica revista!
Que pobres troncos nus! Que fórmas, que feitios!
Tristes corpos sem côr, magros, gordos, esguios,
Que o deus utilitário, implacável e nobre,
A nascença, envolveu em coeiros de cobre l...
E vós outras, mulher’s, da palidez dos círios,
Corróe a podridão vossos corpos de lírios;
Sofreis a expiaçãc dos vícios maternaes,
E aos filhos transmitis as pústulas que herdaes!



É certo que mostrar podemos ao Passado
As creações gentis que temos inventado:
Cancros no coração, dôr d’alma, languidez,
E outras belezas mais deste mesmo jaez!...