RICHARD BARBROOK

quanto na Europa Ocidental.[15] Na cabeça da maior parte dos visitantes da Feira Mundial, a IBM era a computação.

Um pouco antes da Feira Mundial ser aberta ao público, a corporação lançou uma série de produtos que aumentariam ainda mais seu controle sobre a indústria de computadores: o System/360.[16] Desde o início dos anos 1950,a IBM produzia diferentes computadores mainframes e periféricos para cada segmento do mercado. Existiam as máquinas de alto e baixo custo. Existiam modelos comerciais, acadêmicos e militares. Assim como a crescente pesquisa e os custos de desenvolvimento, essa estratégia de negócio significou que os produtos da IBM muitas vezes não funcionavam uns com os outros. Pior ainda, os clientes reclamavam que as atualizações de mainframes ou a instalação de periféricos poderiam ser um pesadelo técnico.[17] Amedrontada com a possibilidade de que esse problema ajudasse seus concorrentes, a IBM investiu pesadamente, já no início dos anos 1960, no desenvolvimento da primeira linha completa de computadores compatíveis dessa indústria. As ambições monopolizadoras do projeto do System/360 foram simbolizadas pela inspiração do seu nome: todos os pontos do compasso. A nova linha de produtos compatíveis da IBM permitiria que os clientes fossem capazes de “escolher-e-combinar” os computadores mainframes e periféricos que melhor se adequassem às suas necessidades particulares.[18] Durante a década seguinte, o System/360 se tornou o padrão para a computação em todo o mundo e fundou a hegemonia da corporação sobre a indústria por mais 20 anos.[19] Contudo, em 1964 o êxito desse ambicioso projeto ainda era uma dúvida. Como já haviam apostado todas as cartas no desenvolvimento do System/360, os chefes da IBM não desperdiçariam a oportunidade da autopromoção oferecida pela Feira Mundial. Eles decidiram celebrar as realizações tecnológicas e econômicas do colossal computador construindo um pavilhão que ofuscaria todos os outros da exposição.


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