A COMPUTAÇÃO DA GUERRA FRIA

o conflito se arrastava, a intervenção do Estado continuamente estendia-se para além do direcionamento diário da economia. Após usurpar as funções gerenciais da classe capitalista, a burocracia do governo também começava a avançar sobre seu papel empreendedor. Aos planejadores do Estado era dada a responsabilidade de conceber e implementar uma estratégia de longo prazo para o crescimento da economia nacional. Seu objetivo era maximizar as saídas ao organizar uma otimização de alocação de trabalho especializado e recursos escassos.[12] Ficou dramaticamente provado, entre 1914 e 1918, que a habilidade do Estado em organizar a produção tornara-se a fundação da supremacia geopolítica.

Durante o recomeço da guerra entre potências européias, em 1939, os combatentes estavam bem cientes de que a força militar dependia de uma grande especialização industrial. Como um de seus objetivos primários, os estrategistas priorizariam o desenvolvimento de novas tecnologias. Cientistas na retaguarda inventariam as armas que garantiriam a vitória dos soldados nas linhas de frente. Nos primeiros campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, os militares alemães demonstraram sua grande habilidade sobre as novas táticas de equipamentos de guerra mecanizados ao render os exércitos da Polónia e da França. No entanto, no momento em que sua força aérea tentou tomar controle do sul da Inglaterra, seus pilotos logo descobriram que seus oponentes agora possuíam a supremacia tecnológica. Durante a década de 1930, da mesma maneira que desenvolviam os melhores aviões de guerra, os cientistas britânicos inventaram os sistemas de detecção por radar. Nessa vital batalha aérea, a superioridade na coleta de dados, análise e disseminação da informação deu a vitória ao lado em desvantagem numérica. A supremacia da tecnologia barrara o avanço nazista na Europa.[13]

Depois que a invasão alemã da Grã-Bretanha foi abandonada, a criptografia tornara-se a principal linha de frente na guerra da

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