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Para o x dá muitas regras cheias de excepções que deixão o leitor entregue ao uso geral, sem o dirigirem na escolha dos equivalentes dos diversos valores d’esta letra.

A mais segura regra he seguir a orthographia latina, quanto for possivel, attendendo á diversa pronunciação do x. Isto he tanto mais sensato, que muitas palavras se pronuncião de diversas maneiras na conversação e em estylo elevado; v. g. fluxo, nexo, soão ora flucho, ora flucso, necho ou necso. Exacto soa eizato ou ezato, e quem pronunciar egzacto, egzactidão, não commetterá err, e tampouco quem disser annecso ou annécho.

O autor imagina haver em portuguez differença de pronuncia entre x e ch, quando soão como em xa ou cha, xadrez ou chadrez, xarão ou charão. Confesso que nunca tal percebi na pronunciação da gente culta de Lisboa, e dos que não conservão accento provinciano.

As regras as mais geraes a respeito do uso de x são as seguintes.

1ª Conservâ-lo em todas as palavras derivadas do latim, em que o radical o tem, excepto no fim das vozes em x, nas quaes esta letra se muda quasi sempre em z ou s; v. g. paz, voz, noz, feliz, pez, de pax, vox, nux, felix, pix. Escrevemos calyx, calis, caliz ou calix, e outras palavras em mui pequeno numero, conservando o x final latino , como index, appendix.

Não havendo palavra latina começada por x, e