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he substantivo, adjectivo e adverbio. He portanto incontestavel que não existe differença entre estas partes da oração, senão aquella que resultou da applicação de certa ordem de termos a certas concepções syntheticas ou analyticas da intelligencia.

Do substantivo ou sujeito.

A individualidade he o caracter essencial dos nomes que se chamão substantivos ; ella se limita a hum só individuo ou a muitos semelhantes, no seu todo complexo, ou em huma particularidade que elles tem em commum. D’aqui nasce a distincção em substantivos proprios ou individuaes e em communs ou appellativos. Sol, lua, céo, Camões, Milton, Portugal, Lisboa, são nomes individuaes ; homem, astro, arvore, rei, magistrado, são appellativos, assim como alvura, dureza, extensão, longura, largura ; e intelligencia, virtude, memoria, maldade, etc. Humas d’estas ideias se referem a propriedades invariaveis, perceptiveis pelos sentidos, como alvura, dureza, extensão ; outras a concepções intellectuaes complexas, compostas de ideias abstractas ou comparadas, e que não existem separadamente formando hum todo permanente e concreto. Quando os substantivos d’essa natureza se ajuntão a hum nome proprio ou appellativo, constituem o que se chama adjectivo. Assim Pedro ou homem, ligado . com. a expressão de virtude, justiça, bondade, offerece a ideia de virtuoso, justo, bom, que equivalem a cheio, dotado de, ou que