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termo diminutivo, em grao maior e até maximo. O mais excessivo grao de pequeno, de pouco, he pequenissimo, pouquissimo, como o de grande e muito he grandissimo, muitissimo.

Em portuguez não existem desinencias proprias que denotem os graos de intensidade ou extensão da significação dos adjectivos qualificativos, senão para o superlativo e o diminutivo. Para o comparativo só temos algumas desinencias latinas que não correspondem a positivos da nossa lingua, como menor, maior, superior, inferior, melhor, peor. Excepto em mui poucas palavras só usadas no estylo familiar, que adoptão as desinencias augmentativas dos substantivos, como velhacaz, velhaquete, de velhaco ; soberbão e soberbete de soberbo, e que não são comparativos, não temos outra maneira de formar os comparativos senão por meio dos adverbios, mui ou muito, mais. Ex. Mui pequeno, muito mao, mais duro.

O grao inferior exprime-se por pouco, menos. Ex. Pouco duro, menos frio. Tambem se exprime pela desinencia. Ex. De pequeno se forma pequenino, pequenito, pequerrucho, pequerruchinho ; de molle, mollezinho. Em geral as desinencias diminutivas são ino, ito, zinho, rucho, e destas ino he mais usada em estylo grave e na poesia. O superlativo, que melhor se denominaria intensitivo, exprime-se em portuguez por desinencias especiaes e pelos adverbios intensitivos extremamente, excessivamente, infinitamente, etc. Ex. Extenso, bom, etc., tornão-se superlativos antepondo-lhes os citados adverbios.