Rosa de primavera, filha querida, carinhosa irmã, boa Ophelia! Oh! ceus! pois será possivel que a rasão de uma jovem mulher seja tão fragil como a vida do ancião! A natureza tem no seu amor um perfume subtil e raro, cujas emanações se infiltram no objecto amado.
Levaram-no em mesquinha padiola
E foram-no enterrar!
Mas chove-lhe na tumba, ai! grata esmola
De lagrimas um mar.
Possuisses tu toda a tua rasão, animasses-me tu á vingança, não conseguias crear em mim uma emoção.
Forçoso é que eu cante e tu tambem:
Abaixo! Abaixo!
Lançae-o abaixo!
Devias ouvir cantar ás fiadeiras; é a canção do intendente desleal, que raptou a filha de seu amo.
Estes nadas tudo me dizem.
Toma, é rosmaninho a flor da lembrança. Lembra-te de mim, peço-t'o, meu querido; estes são amores perfeitos, é para que sempre viva no teu coração de irmão.
Ha sentido no seu delirio. Acaba de distinguir acertadamente a lembrança e o pensamento.
Aqui tendes, senhor, estas symbolicas flores. (Á rainha) Para vós, senhora, é arruda e tambem para mim; para vós será a herva da ventura, para mim a da dor. Eis um malmequer. Queria dar-vos violetas, mas feneceram todas quando meu pae morreu; dizem que teve o fim do justo.
Porque era o bom Robim minha alegria