Oh! santas legiões do céu, oh! terra, que mais? Invocarei o inferno? Oh! opprobrio; contém-te, ah! contém-te, meu coração, e vós, meus musculos, não percaes o vigor, e redobrae de força e energia para me suster. Recordar-me de ti? Sim, sombra infeliz, emquanto a memoria não abandonar este meu cerebro desordenado. Recorda-te de mim; sempre! quero varrer da minha memoria todas as recordações frivolas, todas as maximas colhidas nos livros, todos os vestigios, todas as impressões do passado, tudo quanto a juventude e a observação coordenaram, e em sua vez dar só lugar, sem rivaes, juro-o pelo céu, aos teus preceitos. Oh! mulher perversa, oh infame e damnado monstro! oh memoria, grava bem o seguinte, que nos sorrisos do homem se póde occultar um crime; assim é na Dinamarca (escreve n'uma carteira). Meu tio, espere-me. A minha senha será de hoje em diante. Adeus, adeus, adeus. Recorda-te de mim. Jurei-o.
Senhor, senhor?
Senhor Hamlet?
Que o céu o proteja.
Assim seja.
Olá, olá, senhor!
Pousa meu falcão, pousa. (Imita o canto do falcão e o chamamento do falcoeiro.)
O que se passou, senhor?
Que novas, senhor?
As mais extraordinarias.
Conte-nol-as, principe.