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que podessem impedir a livre acção do tribunal da fé[1].

Munido com estas instrucções, com cartas para Santiquatro e para o proprio Clemente vii, e, além disso, com o mais que se julgara necessario para o bom desempenho daquella missão, D. Henrique de Meneses chegou a Roma em fevereiro de 1534[2]. Apresentada ao papa a credencial do novo agente[3], os dous embaixadores tractaram o assumpto com o cardeal Pucci. Entendia o protector de Portugal, que o terem-se demorado tanto as diligencias que se faziam agora tornava o empenho difficultosissimo; porque, expedida a bulla de perdão, Clemente vii repugnaria fortemente a voltar atraz, sendo, em regra, mais facil na curia impedir qualquer negocio do que desfazê-lo depois de concluido[4]. Entretanto, associando os seus esforços aos dos ministros portugueses, elle obteve do papa

  1. Instrucção sem data, G. 2, M. 1, N.° 22, no Arch. Nac.
  2. Carta de Sontiquatro a elrei, na G. 2 M 5 N.° 51.
  3. A minuta da credencial acha-se no M. 2 de Cartas Missivas sem data N.° 104, no Arch. Nac.
  4. Carta de Santiquatro, l. cit.