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por não lhe ter acudido em diversas circumstancias apuradas[1]. Assegurava ser geral na curia a opinião de que, sobretudo, interessava á honra d'elrei e á memoria de seu pae conceder-se o perdão, e lembrava que em Roma não se queria senão dinheiro[2]. Remettia de novo copia dos memorandos a favor da bulla de 7 de abril, aos quaes, dizia, talvez ironicamente, facil era responder, posto que elle para isso não estivesse habilitado. O resto da carta referia-se ao acabamento da sua missão, á brevidade com que pedia novas instrucções, e a certas mercês que o cardeal Sancta-Cruz sollicitava d'elrei. Por fim, recommendava que no caso de se adoptar a segunda solução que propunha, se obtivesse de Carlos v que fizesse novas instancias ao papa sobre o assumpto. Uma carta de Santiquatro para elrei acompanhava a do embaixador extraordinario,

  1. «O que diz Santiquatro he que o nom levem estes Judeos tão saboroso, e que lhes dem penitencia de vinte ou trinta mil crusados, ou os que V. A. ouver por bem, e que partaes co papa para suas necessidades, com quem, diz, que V. A. nom tem comprido em muitas cousas em que as o papa teve»: Carta de D. H. de Meneses de 10 de abril de 1534, G 2, M. 2, N.° 36.
  2. «qua non querem senão dinheiro». Ibid.