presente, collocava-se do lado dos procuradores da Inquisição com o mesmo ardor com que outr'ora os combatera, e, não contente com isso, empregava esses restos da influencia que exercera em promover a prompta conclusão do negocio[1]. Na opinião de Faria, não era tanto a esperança de se rehabilitar que o levava a assim preceder, como a de se lhe darem algumas treguas na perseguição incessante que lhe fazia o monarcha[2]. Essa ultima baixeza sería nesse caso inspirada por um excesso de covardia.
Tal foi o desfecho dessa lucta de mais de vinte annos, cujas phases e peripecias nosproposemos narrar. Como já noutro logar dissemos, as familias hebréas, que não poderam esquivar-se a uma situação intoleravel fugindo de Portugal, ainda, na successão dos tempos, mais de uma vez ergueram as mãos supplicantes para o supremo pastor e fizeram rolar o ouro nos covis da corrupção humana; ainda