somma avultadissima, numa epocha em que o orçamento ordinario da receita e despesa não chegava talvez annualmente a um milhão de cruzados[1]. Levantavam-se emprestimos por todos os modos, e, como noutro logar dissemos[2], só o juro do dinheiro negociado em Flandres subia em 1537 a cento e vinte mil cruzados[3]. Em 1543 já a divida estrangeira era proximamente igual a toda a divida publica de 1534[4]. Os juros vencidos daquelles emprestimos tinham sido tão exorbitantes que a sua importancia excedia o capital. Calculava-os o feitor português de Flandres em 25 por cento ao anno, termo medio, de modo que a divida dobrava em cada quatro annos[5]. Para alliviar, até onde fosse possivel, estes intoleraveis encargos pediu elrei nas cortes d'Almeirim de 1544 duzentos mil cruzados ao terceiro estado, o qual offereceu cincoenta mil[6]. Recorria depois aos emprestimos indi-