philosophica, por ser um costume antigo. Não dava outra, nem da casaca nos enterros, nem do jantar ás duas horas, nem de vinte usos mais. E tão afferrado aos habitos, que no anniversario do casamento da filha, ia para lá ás seis horas da tarde, jantado e diggerido, via comer, e no fim acceitava um pouco de doce, um calix de vinho e café. Tal era o sogro de Conrado; como suppor que elle approvasse o chapéo baixo do genro? Supportava-o calado, em attenção ás qualidades da pessoa; nada mais. Acontecera-lhe, porém, naquelle dia, vel-o de relance na rua, de palestra com outros chapéos altos de homens publicos, e nunca lhe pareceu tão torpe. De noite, encontrando a filha sosinha, abriu-lhe o coração; pintou-lhe o chapéo baixo como a abominação das abominações, e instou com ella para que o fizesse desterrar.

Conrado ignorava essa circumstancia, origem do pedido. Conhecendo a docilidade da mulher, não entendeu a resistencia; e, porque era autoritario, e voluntarioso, a teima veiu irrital-o profundamente. Conteve-se ainda assim; preferiu mofar do caso; fallou-lhe com tal ironia e desdém, que a pobre dama sentiu-se humilhada. Marianna quiz levantar-se duas vezes; elle obrigou-a a ficar, a primeira pegando-