FULANO


Venha o leitor commigo assistir á abertura do testamento do meu amigo Fulano Beltrão. Conheceu-o? Era um homem de cerca de sessenta annos. Morreu hontem, dous de Janeiro de 1884, ás onze horas e trinta minutos da noite. Não imagina a força de animo que mostrou em toda a molestia. Cahiu na vespera de finados, e a principio suppunhamos que não fosse nada; mas a doença persistiu, e ao fim de dous mezes e poucos dias a morte o levou.

Eu confesso-lhe que estou curioso de ouvir o testamento. Ha de conter por força algumas determinações de interesse geral e honrosas para elle. Antes de 1863 não seria assim, porque até então era um homem muito mettido comsigo, reservado, morando no caminho do Jardim Botanico, para onde ia de omnibus ou de mula. Tinha a mulher e o filho vivos, a filha solteira, com treze annos. Fo