i n'esse anno que elle começou a occupar-se com outras cousas, além da familia, revellando um espirito universal e generoso. Nada posso affirmar-lhe sobre a causa disto. Creio que foi uma apologia de amigo, por occasião d'elle fazer quarenta annos. Fulano Beltrão leu no _Jornal do Commercio_, no dia cinco de Março de 1864, um artigo anonymo em que se lhe diziam cousas bellas e exactas:--bom pai, bom esposo, amigo pontual, cidadão digno, alma levantada e pura. Que se lhe fizesse justiça, era muito; mas anonymamente, era raro.

--Você verá, disse Fulano Beltrão á mulher, você verá que isto é do Xavier ou do Castro; logo rasgaremos o capote.

Castro e Xavier eram dous habituados da casa, parceiros constantes do voltarete e velhos amigos do meu amigo. Costumavam dizer cousas amaveis, no dia cinco de março, mas era ao jantar, na intimidade da familia, entre quatro paredes; impressos, era a primeira vez que elle se benzia com elogios. Póde ser que me engane; mas estou que o expectaculo da justiça, a prova material de que as boas qualidades e as boas acções não morrem no escuro, foi o que animou o meu amigo a dispersar-se, a apparecer, a divulgar-se, a dar á collectividade humana um