com o Diogo Villares. E leu estas poucas linhas:

«DIOGO VILLARES.—Tenho-me referido muitas vezes a este amigo, e fal-o-hei algumas outras mais, se elle me não matar de tedio, cousa em que o reputo profissional. Pediu-me ha annos que lhe arranjasse um emprego, e arranjei-lh'o. Não me avisou da moeda em que me pagaria. Que singular gratidão! Chegou ao excesso de compor um soneto e publical-o. Fallava-me do obsequio a cada passo, dava-me grandes nomes; emfim, acabou. Mais tarde relacionámo-nos intimamente. Conheci-o então ainda melhor. _C'est le genre ennuyeux._ Não é mau parceiro de voltarete. Dizem-me que não deve nada a ninguem. Bom pai de familia. Estupido e credulo. Com intervallo de quatro dias, já lhe ouvi dizer de um ministerio que era excellente e detestavel:—differença dos interlocutores. Ri muito e mal. Toda a gente, quando o vê pela primeira vez, começa por suppol-o um varão grave; no segundo dia dá-lhe piparotes. A razão é a figura, ou, mais particularmente, as bochechas, que lhe emprestam um certo ar superior.»

A primeira sensação do Benjamim foi a do perigo evitado. Se o Diogo Villares estivesse alli? Releu o retrato e mal podia crer; mas não havia negal-o,