os problemas encontrados pela sociedade. Enquanto os ideólogos californianos tentam ignorar os dólares de contribuintes subsidiando o desenvolvimento da hipermídia, o governo francês pode intervir abertamente neste setor da economia.

Mesmo que sua tecnologia esteja defasada, a história da Minitel claramente refuta os preconceitos anti-estatistas dos ideólogos californianos — e do comitê Bangemann. O futuro digital será um híbrido de intervenção estatal, empreendedorismo capitalista e cultura faça-você-mesmo. Decisivamente, se o estado puder fomentar o desenvolvimento da hipermídia, ações conscientes poderiam também ser tomadas para evitar o surgimento do apartheid social entre os “ricos de informação” e os “pobres de informação”. Não deixando tudo aos caprichos das forças mercadológicas, a União Europeia e seus estados membros podem assegurar que todo cidadão tenha a oportunidade de estar conectado à banda larga de uma rede de fibra ótica ao menor preço possível.

Em primeira instância, este seria um plano muito necessário de criação de empregos para trabalhadores semi capacitados em um período de desemprego em massa. Como medida keynesiana de emprego, nada bate cavar buracos na estrada e depois enchê-los de novo[1]. Ainda mais importante, a construção de uma rede de fibra ótica em lares e escritórios poderiam dar a todos acesso a novos serviços on-line e criar uma grande e vibrante comunidade de troca de conhecimentos. Os ganhos a longo prazo para a economia e para a sociedade com a construção da “Infobahn” seriam imensuráveis. Permitiria à indústria trabalhar mais eficientemente e comercializar novos produtos. Asseguraria que os serviços de educação e informação estivessem disponíveis a todos. Sem dúvida a “Infobahn” vai criar um mercado de massas para que as empresas privadas possam vender os produtos

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  1. Como o próprio Keynes diz: “'Cavar buracos no chão', pago pela poupança, vai aumentar não apenas o emprego, mas os dividendos reais de bens úteis e serviços". Ver KEYNES, J. M. The General Theory of Employment, Interest and Money. London: Macmillan, p. 220, 1964.