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Entretanto na Memoria de Francisco Freire de Carvalho, impressa em 1843 pela Academia real das sciencias, e no artigo respectivo do Diccionario bibliographico do sr. Innocencio Francisco da Silva encontram-se, ali os documentos e aqui as datas e indicações bastantes, para corrigir as inexactidões divulgadas.

O auctor da Memoria citada colligiu importantes testimunhos, em cuja publicação prestou grande e valioso serviço. Não satisfez, porem, plenamente no modo por que pretendeu reivindicar para a nação portugueza a gloria da invenção das machinas aerostaticas. Era Francisco Freire de Carvalho muito versado na lilteratura latina e nacional, mas faltava-lhe o conhecimento das sciencias physicas, indispensavel para bem tractar o assumpto e tirar das premissas contidas nos documentos todas as conclusões congruentes ao fim que se propuzera.

No anno de 1860 encontrámos no archivo da Bibliotheca da Universidade de Coimbra muitos manuscriptos relativos á machina volante e a seu inventor. Uns corriam já impressos na Memoria de Freire de Carvalho ; outros eram ineditos e completamente ignorados d'este e de todos os curiosos investigadores, que até áquella epoca haviam diligenciado apurar a verdade de um successo tão obscuro como interessante para a historia scientifica do nosso paiz.