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testa; a ocara virou rancho de sapé; o tacape afilou, criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda troxada; o boré descaiu lamentavelmente para pio de inambú; a tanga ascendeu a camisa aberta ao peito. Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, independência, fidalguia, coragem, virilidade heróica, todo o recheio em suma, sem faltar uma azeitona, dos Perys e Ubirajaras. Este setembrino rebrotar duma arte morta inda se não desbagoou de todos os frutos. Terá o seu "Y--Juca Pirama", o seu "Canto do Piaga" e talvez de opera heroica. Completo o cyclo, virão destroçar o inverno em flor da illusao indianista os prosaicos demolidores de idolos, gente má e sem poesia. Os malvados irao esgaravatar o icone, com a cureta da sciencia. E que feias se hao de entrever por elles as caipirinhas cor de jambo de Fagundes Varella! E que chamboes e sornos os perys de calça, camisa e lapeana à cinta!

Isso, para o futuro. Hoje ainda há perigo em bulir no vespeiro: o caboclo é o "Ai Jesus! nacional. E' de ver o orgulho entono com que respeitáveis figurões batem no peito exclamando com altivez: Sou raça de caboclo!

Annos atrás o orgulho estava numa ascendência de tanga, inçada de penas