Naõ ſaõ iſto Canções de Amor profano:
Mas ſaõ hũas eſcadas verdadeiras
Pera poder ſubir ao deſengano.
Saõ huãs cantilenas derradeiras,
que deu hum triſte ciſne â noſſa idade
Com ſoſpiros mortais de mil maneiras.
Em coua de dragois, & eſcuridade
Dous partos produzi,& o meſmo Ceo
Teſtemunha ſera deſta verdade.
Alli a dura hiſtoria ſe teceo
Do perſeguido Anfriſo,& a de Fileno,
que primaueras da Alma enriqueceo.
Em luzes de papel pobre,& pequeno,
Com apertado paõ,com agoa breue
As muſas meditei,que hoje condeno,
Deſde que o claro Sol em libre eſteue
Toquei grilhõis no eſcuro laberynto:
Ate ver as eſcamas de ouro,& neue.
Neſte termo fata,breue,& ſuccinto,
Do que Fileno,& Anfriſo me enfinaraõ
Dous tragicos paineis aos olhos pinto.
Quando liuros de gloria me faltaraõ,
Por naõ goſtar da furia o meu Tirano.
Exemplos de Pompeo me acompanharaõ
Que como bem diſia o Affricano
eſta o doce fruito do que offende
Nas dores do offendido,& no ſeu dano.
O Capitaõ