afrontar os abonados, assim, do pé para a mão... E também era falado do seu esquisito modo de pagar — que pagava sempre, valha a verdade — só de onça por onça, uma depois de outra e nunca ao menos duas, acolheradas!...

Aparecia gente a propor-lhe negócio, ainda de pouco preço, só para ver como aquilo era; e para todos era o mesmo mistério...

Mistério para o próprio Blau... muito rico... muito rico... mas de onça em onça, como tala de gerivá, que só cai de uma vez... como pinhão da serra, que só descasca de um a um!...

Mistério para Blau, muito rico... muito rico... mas todo dinheiro que ele recebia, que entrava das vendas feitas, todo dinheiro que lhe pagavam a ele, todo desaparecia, guardado na arca de ferro, desaparecia como desfeito em ar...

Muito rico... muito rico das onças que precisasse, e nunca faltaram para gastar no que lhe parecesse: bastava-lhe gargantear a guaiaca, e elas começavam a pingar;... mas nem uma das que recebia lhe ficava, todas evaporavam-se, como água em tijolo quente...

IX

Então começou a corre um boquejo de ouvido para ouvido... e era que ele tinha parte com o diabo, e que o dinheiro dele era maldito porque, todos com quem tratava e recebiam das suas onças, todos entravam ao depois a fazer maus negócios e todos perdiam em prejuízos exatamente a quantia igual à de suas mãos recebida.

Ele comprava e pagava e pagava à vista, é certo; o vendedor contava e recebia, é certo, mas o negócio empreendido por esse valor era prejuízo, garantido.

Ele vendia e recebia, é certo; mas o valor recebido, que ele guardava e rondava sumia-