mais do que nós no foro íntimo da sua alma. Juro que tínhamos em segredo um pelo outro a maior e mais sincera consideração, e que ambos, de parte a parte, apesar dos constantes atritos, fazíamos de cada qual o mais alto e digno conceito. Mas juro também que muita vez me senti verdadeiramente desgraçada nos seus braços, e ele nos meus; e que por último, muitas e muitas vezes nos injuriamos, com as mais duras palavras de desprezo, quando, no fundo da consciência, julgávamos mutuamente o contrário do que blasfemávamos.
Que singular monstruosidade!
E não me venham dizer que nos amávamos só com a razão e não com os sentidos. Vou copiar fielmente um fragmento das notas póstumas de meu esposo, onde o contrário se acha bem demonstrado. O que adiante se segue escreveu ele já depois da nossa disjunção, longe de mim, na Itália, poucos anos antes de morrer.
Descobri essas notas entre os papéis do seu espólio. Sem as transcendentes revelações que elas me depararam, é natural que nunca chegassem minhas pesquisas filosóficas a