peixe porêm. Maanape veio vindo e muito disfarçado pediu pro inglês:

— Dá peixe pra mim, seu Yes?

— All right. E deu um lambarí de rabo vermelho.

— Ando padecendo de fome, seu inglês! dá um macota, vá! êsse um gordinho do samburá!

Macunaíma estava com o ôlho esquerdo dormindo porêm Maanape conheceu-o bem. Maanape era feiticeiro. O inglês deu o aimará pra Maanape que agradeceu e foi-se embora. Quando estava legua e meia longe o aimará virou Macunaíma outra vez. Assim tres vezes, inglês sempre tirando anzol da guela do heroi. Macunaíma segredou pro mano:

— Quê que havemos de fazer! Carecemos de tomar anzol de inglês. Vou virar piranha de mentira e arranco anzol da vara.

Virou numa piranha feroz pulou na lagoa arrancou o anzol e desvirando outra vez legua e meia abaixo no lugar chamado Poço do Umbú onde tinha umas pedras cheias de letreiros encarnados da gente fenicia, sacou o anzol da guela bem contente porquê agora podia pescar corimã piraíba aruana pirarara piaba, todos êsses peixes. Os dois manos iam-se quando escutaram inglês falando pra uruguaio:

— Que posso fazer agora! Não possuo mais anzol que a piranha enguliu. Vou pra vossa terra, conhecido.