— Não é vaticano não! é o tranzatlantico fazendo viagem por mar! gritou um chofêr japonês que já fizera muita viagem por mar. E era um tranzatlantico enorme. Vinha iluminado, relampeava todo de oiro e prata embandeirado e festeiro. Os oculos das cabinas eram colares no casco e nos cinco deques empoleirados corria música entre a gentama dançando mexida no cururú. A choferada comentava:

— É do Loide!

— Não, é da Hamburgo!

— Vá saindo! ’tou percebendo! então! É il piróscafo Conte Verde em vez!

E era o piróscafo Conte Verde sim. E era a Mãi Dagua que vinha bancando piróscafo pra atentar o herói.

— Gente! adeus, gente! Vou prá Europa que é milhor! Vou em busca de Venceslau Pietro Pietra que é o gigante Piaimã comedor de gente! que o heroi discursava.

E toda a choferada abraçava Macunaíma se despedindo. O vapor estava ali e Macunaíma já pulara no cáis da fonte pra subir a escadinha do piróscafo Conte Verde. Todos os tripulantes na frente da música acenavam chamando Macunaíma e eram marujos forçudos, eram argentinos finissimos e eram tantas donas lindissimas prá gente brincar até enjoar com os balangos das ondas.

— Desce a escadinha, capitão! que o heroi exclamou.