pra ninguem não maliciar. Suzí era bem feiticeira. Quando chegava em casa deixava a cesta na saleta e ia dormir pra sonhar. Sonhando ela falava pra Jiguê:

— Jiguê, meu companheiro Jiguê, estou sonhando que tem lagosta por debaixo da macacheira.

Jiguê ia ver e tinha. Todos os dias era assim e Jiguê tendo amanhecido com dor-de-cotovelo desconfiou. Macunaíma percebeu a dor do mano e fez uma mandinga pra ver si passava. Pegou numa cuia e de-noite deixou-a no terraço, rezando manso:

“Agua do céu
Vem nesta cuia,
Paticl vem nesta agua,
Moposêru vem nesta agua,
Sivuoímo vem nesta agua,
Omaispopo vem nesta agua,
Os donos da Agua enxotem a dor-de-corno!
Aracú, Mecumecuri, Paí, que venham nesta agua,
E enxotem a dor-de-corno si o doente beber esta agua.
Em que estão encantados os Donos da Agua!”

Deu pra Jiguê beber no outro dia porêm não