teve apoio mais e êle no sufragante focinhou nagua até o fundo, a moça inda forçando o pescoço dele com os pés. Ele ia escorregando sem perceber de tanta graça que achava na vida. Ia escorregando e afinal a canoa virou. Pois deixai ela virar! A moça levou um tombo engraçado por cima do rapaz e êle enrolou-se nela talqualmente um apuiseiro carinhoso. Todos os tambiús fugiram enquanto os dois brincavam nagua outra vez.

Macunaíma chegava. Sentou no fundo da igarité virada, esperando. Quando viu que êles tinham acabado de brincar, falou pro chofêr:

— Faz três dias que não como,
Semana que não escarro,
Adão foi feito de barro,
Sobrinho, me dá um cigarro.

O chofêr secundou:

— Me desculpe, meu parente,
Si cigarro não lhe dou;
A palha o fosfre e o goiano
Caiu nagua, se molhou.

— Não se incomode que eu tenho, respondeu Macunaíma. Tirou uma cigarreira de tartaruga feita por Antonio do Rosario no Pará, ofereceu cigarros de palha de tauarí pro moço e prá criadinha, acendeu um fosforo pros dois e outro pra êle.