Depois afastou os mosquitos e principiou contando um caso. Assim a noite passava depressa e a gente não se amolava com o canto da sururina marcando as horas da escuridão. E era assim:
— No tempo de dantes, moços, o automovel não era uma máquina que nem hoje não, era a onça parda. Se chamava Palauá e parava no grande mato Fulano. Vai, Palauá falou pros olhos dela:
— Vão na praia do mar, meus verdes olhos, depressa depressa depressa!
Os olhos foram e a onça parda ficou cega. Porêm levantou o focinho, fez êle cheirar o vento e percebeu que Aimalá-Pódole, o Pai da Traíra estava nadando lá no longe do mar e gritou:
— Venham da praia do mar, meus verdes olhos, depressa depressa depressa!
Os olhos vieram e Palauá ficou enxergando outra vez. Passava por ali a tigre preta que era muito feroz e falou pra Palauá:
— O que você está fazendo, comadre!
— Estou mandando meus olhos olharem o mar.
— É bom?
— Pros cachorros!
— Então manda os meus também, comadre!
— Mando não porquê Aimalá-Pódole está na praia do mar.
— Manda que sinão te engulo, comadre!
Então Palauá falou assim: