a boca no mundo feito maluco fazendo emboladas e traçados sem sentido:

“Taperá tapejara,
— Caboré,
Arapassu passoca,
— Caboré,
Manos, vamos-se embora
Pra beira do Uraricoera!
— Caboré!”

As águas araguaias murmurejavam chamando a reta da igarité com gemidinho e lá do longe vinha a cantiga peguenta das uiaras. Vei, a Sol, dava lambadas no costado relumeando suor de Maanape e Jiguê remeiros e no cabeludo corpo em pé do herói. Era um calorão molhado fazendo fogo no delírio dos tres. Macunaíma se lembrou que era imperador do Mato-Virgem. Riscou um gesto na Sol, gritando:

— Eropita boiamorebo!

Logo o céu se escurentou de sopetão e uma nuvem ruivor subiu do horizonte entardecendo a calma do dia. A ruivor veio vindo veio vindo e era o bando de araras-vermelhas e jandaias, todos êsses faladores, era o papagaio-trombeta era o papagaio-curraleiro era o xarã o peito-roxo o ajurú-curau o ajurú-curica ararí ararica araraúna araraí araguaí maracanã maitaca arara-piranga catorra teriba camiranga anaca anapura canindés tuíns peri-