quitos, todos êsses, o cortejo sarapintado de Macunaíma imperador. E todos êsses faladores formaram uma tenda de asas e de gritos protegendo o heroi do despeito vingarento da Sol. Era uma bulha de aguas deuses e passarinhos que nem se escutava mais nada e a igarité meio parava atordoada. Mas Macunaíma assustando os legornes riscava de quando em vez um gesto diante de tudo e gritava:

— Era uma vez uma vaca amarela, quem falar primeiro come a bosta dela! Dem-de-lem chegou!

O mundo ficava mudo não falando um isto e o silêncio vinha amulegar a mornidão da sombra na igarité. E se escutava lá no longe lá no longe baixinho baixinho o ruidejar do Uraricoera. Então dava mais entusiasmo no heroi. A violinha repinicava tremida, Macunaíma pigarreava atirando gusparadas no rio e enquanto o guspe afundava transformado em matamatás nojentos, o heroi botava a boca no mundo feito maluco sem nem saber o que cantava, assim:

“Panapaná pá-panapaná,
Panapaná pá-panapanema:
Papa de papo na popa,
— Maninha,
Na beira do Uraricoera!”