O frade pôs no heroi uns olhos frios e secundou com pachorra:
— Eu sou Mendonça Mar pintor. Desgostoso da injustiça dos homens faz tres seculos que afastei-me deles metendo a cara no sertão. Descobri esta gruta ergui com minhas mãos êste altar do Bom Jesus da Lapa e vivo aqui perdoando gente mudado em frei Francisco da Soledade.
— Está bom, Macunaíma falou. E partiu na chispada.
Mas o terreno era cheio de socavas e logo adiante estava outro desconhecido fazendo um gesto tão bobo que Macunaíma parou sarapantado. Era Hercules Florence. Botara um vidro na boca duma furna mirim, tapava e destapava o vidro com uma folha de taioba. Macunaíma perguntou:
— Ara ara ara! Mas você não me dirá o quê está fazendo aí, siô!
O desconhecido virou pra êle e com os olhos relumeando de alegria falou:
— Gardez cette date: 1927! Je viens d’inventer la photographie!
Macunaíma deu uma grande gargalhada.
— Chi! Isso já inventaram que anos, siô!
Então Hercules Florence caiu estuporado sobre a folha de taioba e principiou anotando com música uma memória scientifica sobre o canto dos passarinhos. Estava maluco. Macunaíma chispou.
Depois que correu legua e meia olhou pra trás e viu que Oibê já vinha perto. Botou o furabolo