íma percebendo o que sucedera pro mano e prá companheira encostou a porta e ficou bem quieto na tapera. A sombra pedia foguinho pedia porêm não recebendo resposta se lastimou até madrugada. Então Capêi apareceu iluminando a terra e a leprosa poude chegar na tapera. Sentou na cangerana da soleira e esperou o dia pra se vingar do mano.

De-manhã inda estava acocorada ali. Macunaíma acordou e escutou. Não se ouvia nada e êle concluiu:

— Arre! Foi-se!

E saiu passear. Quando passou pela porta a sombra trepou no ombro dele. O heroi não maliciou nada. Estava padecendo de fome porêm a sombra não deixava êle comer. Tudo o que Macunaíma pegava ela engulia, tamorita mangarito inhame biribá cajuí guaimbê guacá uxí ingá bacuri cupuassú pupunha taperebá graviola, todas essas comidas do mato. Então Macunaíma foi pescar porquê agora não tinha mais ninguem que pescasse pra êle não. Mas cada peixe que tirava do anzol e jogava no paneiro, a sombra pulava do ombro, engulia o peixe e voltava pro poleiro outra vez. O heroi matutou: “Deixa estar que te arranjo!” Quando peixe pegou, Macunaíma fez um esfôrço heroico, deu um bruto dum arranco na vara de forma que o impulso fez o peixe ir parar lá na Guiana. A sombra correu atrás do peixe. Então Macunaíma gavionou mato fora no sentido oposto.